Posicionamento do Flamengo da Gente sobre o aumento da mensalidade dos contribuintes Off Rio
O Conselho Diretor do Clube de Regatas do Flamengo tomou nesta quinta-feira (27/08/2020) um passo decisivo para fechar ainda mais a já fechadíssima política do Clube. Anunciou o aumento da mensalidade da categoria Contribuinte na modalidade Off Rio de R$ 64 para R$ 170, um salto espantoso de 165% em tempos de pandemia e crise.
O Flamengo da Gente repudia de forma veemente o mal disfarçado Edital de Expulsão dos contribuintes Off Rio do Clube de Regatas do Flamengo e promete agir no limite de suas capacidades para deter tamanho absurdo.
Os contribuintes Off Rio são sócios que, hoje, só podem frequentar a sede do Clube num máximo de trinta dias por ano. São, na maioria, rubro-negros e rubro-negras que querem participar dos destinos do Clube, mesmo de longe. Não o fazem por caridade, não o fazem por hobby, não tiram dinheiro do orçamento familiar por gosto: querem o Flamengo mais forte sim, mas pagam o que pagam, extraindo o pouco que extraem, para serem cidadãos na imperfeita e elitista democracia rubro-negra.
A decisão do Conselho Diretor afirma de vez a entrega do Clube aos que se juram seus “donos”, gente que, por nascimento ou patrimônio, considera-se eleita pela História para mandar no maior Clube do Brasil. Sim, há quem sinta-se realizado em ser a elite da elite dentro de um clube de apelo popular.
Em breve, o Conselho Deliberativo do Clube de Regatas do Flamengo deve votar uma emenda para incorporar ao Estatuto a figura do sócio contribuinte Off Rio, sob o guarda-chuva da categoria de contribuinte, já existente. A emenda, que solidifica o status dos Off Rio no regramento do Clube, era e segue importante para calar a tentação de uma minoria ansiosa por pisotear direitos adquiridos. Mas e agora? Com o disparo da mensalidade dos Off Rio, aqueles que queriam ver a modalidade extinta devem estar satisfeitos: varrerão do Clube uma massa que julgavam “indesejada” e, como esmola, lançarão aos remanescentes a letra de direitos já desfrutados. É o fechamento perfeito.
Não basta festejar ganhos setoriais, nem saudar como transformadores acenos de avanços simbólicos à custa de perdas reais. Tampouco é possível perseguir, cercear e ameaçar acreditando que a onda nunca baterá contra o seu próprio barco. Só um Flamengo pode ser mudado: o Flamengo inteiro.
É preciso derrotar a oligarquia no Flamengo. É imperativo sepultar de vez a ideia de que o Flamengo seja um clube de sócios proprietários. É urgente incorporar às metas de arrecadação, tão bem cumpridas, a meta institucional de ampliar a democracia no Flamengo, de incorporar mais vozes e mais realidades à vida do Clube. A democracia tem de começar pelo Flamengo. Não pode morrer nele.