Memória, Verdade e Justiça, sempre
O incêndio no Centro de Treinamento George Helal, que matou dez jovens, completa um ano. Essa é uma tragédia sem precedentes na história do Flamengo e merece ser tratada como tal. Não basta seguir o manual. Não basta rebater provocações. Não basta caçar analogias.
O Flamengo não escolheu a Tragédia do Ninho, mas pode sim escolher o que fazer com a sua lembrança. Se em tantas oportunidades “viramos a página”, desta vez tem de ser diferente, a começar pelo acolhimento das famílias das vítimas. Pois há um Flamengo antes e outro depois do Oito de Fevereiro. E, nesse novo Flamengo, Memória, Verdade e Justiça precisam estar no centro da conversa, de forma concreta.
A Memória está em nosso lema: “Não esquecemos”. Para nós, o fato deve ser sempre recordado, para nunca mais se repetir. E entendemos que meninos mortos a serviço de nossas cores têm de ocupar um lugar digno em nossa história. Por isso, apoiamos a iniciativa dentro do Clube para transformar o Oito de Fevereiro no Dia da Memória Rubro-Negra, assim como a luta por um memorial próprio, inclusivo e definitivo para os garotos.
Nós cobramos também a busca pela Verdade, fora e dentro do Flamengo. O inquérito externo precisa indicar caminhos. E o Clube, como guardião e conhecedor maior de seus próprios processos e rotinas, deve investigar o que se passou, em seus múltiplos órgãos de julgamento.
Por fim, nós nos pautamos pela Justiça. Sem poupar nomes, os responsáveis devem ser apontados e os culpados, condenados nos tribunais. No Clube, cabe fazer com que não prescreva o direito de punir por infrações disciplinares, à luz do Estatuto, e cobrar reparações, se necessário.
"A grandeza do Flamengo está na humanidade da sua torcida", como diz o mural.
Esta é a nossa luta.