Iniciativas dos conselheiros do FdG em prol da democratização e profissionalização do CRF
Integrantes do FLAMENGO DA GENTE com assento no Conselho Deliberativo do Flamengo protocolaram hoje três documentos com o intuito de avançar no processo de democratização do Flamengo e evitar retrocessos no trabalho de profissionalização do clube — duas bandeiras caras ao nosso grupo.
Na primeira iniciativa, 34 conselheiros subscreveram emenda apresentada pelo SóFLA para criar a modalidade de sócio contribuinte não frequentador da sede, uma categoria que contemple os torcedores rubro-negros que desejam participar da vida política do Flamengo, mas não têm condições de comprar um título e/ou interesse de frequentar o clube. O FdG optou por apoiar essa emenda, e não apresentar uma nova e mais abrangente proposta de ampliação do colégio eleitoral rubro-negro, na esperança de que o Conselho Deliberativo paute urgentemente o debate para que os destinos do Flamengo deixem de residir nas mãos de poucos milhares de membros do clube social.
A segunda iniciativa foi a adesão a um recurso contra a nomeação do ex-presidente Kleber Leite como Grande Benemérito, por entender que ele não reúne as qualidades previstas no Estatuto para ser merecedor da mais alta honraria para associados do Flamengo. Em 2018, Leite recorreu à Justiça contra uma suspensão de dez meses do quadro social — após o clube ter fechado um acordo para saldar, mediante pagamento à vista de R$ 61 milhões, um débito de mais de R$ 100 milhões herdado de uma confissão de dívida assinada pelo então presidente à revelia do Conselho Deliberativo. O FdG acrescentou a este recurso que já circulava no clube, porém, o pedido para que também seja anulada a concessão, decidida na mesma reunião do Conselho de Grandes Beneméritos, de títulos de sócios honorários a André Ceciliano, Célio Faria Júnior, Hélio Lopes, Jorge Oliveira Francisco, Mauro Cesar Barbosa Cid e Walter Feldman por entender que eles não têm “assinalados serviços prestados ao Flamengo ou ao desporto nacional”, condição estabelecida pelo Estatuto do CRF para a indicação à homenagem.
Por fim, em reação à informação publicada pelo GE de que Aleksander Santos recebe R$ 35 mil mensais para ocupar o cargo de Diretor de Relações Externas do Flamengo — que esta semana obteve na Justiça “vitória” em seu pleito para não pagar R$ 10 mil mensais aos pais de vítimas da Tragédia do Ninho -, o FdG protocolou também pedido para que seja instaurada uma comissão de inquérito sobre a nomeação e manutenção do referido diretor após a revelação de sua participação no grupo de mensagens “Guardiões do Crivella”. Neste grupo, assessores do prefeito coordenavam ações de intimidação da imprensa. Há inclusive o registro de mensagens nas quais Santos chamava o prefeito de “nosso líder”, expondo a mentira pública do diretor de que tinha sido incluído no grupo à sua revelia e jamais havia participado ativamente dele. A comissão de inquérito deve apurar se a atuação de Santos à frente do cargo, criado especialmente para ele em 2019, viola os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade, eficiência, responsabilidade social, gestão democrática e profissionalismo na administração do Flamengo, determinados pelo Estatuto.
Essas três iniciativas somam-se a outros dois documentos protocolados pelo FdG no fim de novembro. O primeiro propõe uma emenda ao estatuto obrigando o licenciamento, durante a campanha, de dirigentes e conselheiros que concorram a cargos eleitorais. O outro insta o Conselho Deliberativo a adequar o estatuto à alteração na Lei Pelé que obriga os clubes a oferecerem aos sócios a modalidade de votação não presencial em suas eleições.
O FdG espera que o Conselho Deliberativo dê célere prosseguimento às cinco iniciativas, em contraste com o trâmite da emenda que pretende estabelecer o 8 de fevereiro como Dia da Memória Rubro-Negra. Apesar de atender à exigência estatutária de 50 assinaturas, a emenda não foi levada a plenário. No entendimento do presidente do CoDe, o tema era da competência do Conselho Diretor — que, por sua vez, silencia há quase seis meses sobre o pedido. A emenda pretende firmar no calendário do clube uma data anual para homenagear as vítimas do incêndio do Ninho e refletir sobre a tragédia — que completa hoje 22 meses sem respostas — para que ela nunca mais se repita