Frente pela Igualdade Racial — Sobre o Dia da Consciência Negra
No 20 de novembro, devidamente reconhecido como o Dia da Consciência Negra, se rememora a trajetória de ZUMBI DOS PALMARES e sua importância na luta pela liberdade e resistência do povo negro contra a escravidão brasileira.
Neste dia, é nosso objetivo trazer como reflexão a importância do povo negro e as heranças deixadas por Zumbi, evidenciando as lutas históricas e diárias que travamos em busca de nossa liberdade, igualdade e direito — SOBRETUDO, O DIREITO DE NOSSA EXISTÊNCIA.
Pois nós existimos não só no 20 de novembro, mas todos os dias, embora seja comum a tentativa de nos silenciar com diversas formas de violência que transpõem o dano físico.
Nessas circunstâncias, A POSTURA ANTIRRACISTA DE HOJE DEVE PAUTAR NOSSAS VIDAS DURANTE TODOS OS OUTROS DIAS DO ANO. Nosso plano de luta e resistência é fundamentado na necessidade de criar maneiras que permitam aos negros obter condições de igualdade. Para isso, é necessário que toda a sociedade, individualmente e coletivamente, abrace esse princípio.
Além disso, a consciência negra trata de pertencimento identitário, aproximação com nossas origens africanas e a historicidade do povo negro, uma vez que negros e negras criam, narram e são a história.
No que se refere à história da negritude e do Flamengo, SALIENTAMOS AQUI A IMPORTÂNCIA DOS NEGROS NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE POPULAR FLAMENGUISTA, uma vez que constituíam, em maioria, sua torcida. Estes puderam assistir seus semelhantes, descendentes de um contexto marginalizado, emergirem como jogadores profissionais de futebol e ídolos históricos do clube. Aqui tratamos as peças originárias como Fausto, A Maravilha Negra, Leônidas da Silva e Domingos da Guia, trio primordial que mudou a trajetória do clube dentro de campo e nas arquibancadas.
Na obra do historiador Renato Soares Coutinho, “Um Flamengo popular, um Brasil maior”, é contada essa construção da base popular da torcida rubro-negra, apresentando qual foi a importância da população negra, pobre e trabalhadora, para a formar a identidade popular de clube “Mais Querido do Brasil”.
Apesar dos efeitos históricos que sucederam essa raiz popular, presenciamos atualmente que O FLAMENGO, QUE FOI CAPAZ DE CONSTITUIR DIÁLOGO COM O POVO TRABALHADOR, NEGRO E POBRE, VEM PERDENDO ESSA SUA CARACTERÍSTICA, principalmente, por meio daqueles que hoje se enxergam como donos do clube mais popular do país, e que tentam, em diversas ações, esvaziar sua essência diversa e democrática.
Por fim, destacamos nas próximas horas um vídeo com a exposição do historiador e professor Renato Soares Coutinho referente à relevante participação dos negros na história do futebol e, especialmente, na composição da Nação Rubro-Negra. O vídeo poderá ser visto no Instagram e no Facebook do FdG.
Frente pela Igualdade Racial — Flamengo da Gente
